domingo, 15 de julho de 2012

Hoje não é dia de muitas perguntas,

nem é hora ou lugar pra ficar se perguntando "por quê?". Porque as perguntas não respondidas machucam, frustram. O silêncio que se faz quando se grita desafiando tudo que é mais divino... Esse silêncio é mortal, dilacerador. Portanto, é melhor não perguntar nada.
Hoje é dia de um sentimento muito particular de impotência. De visualizar nossa diminuta existência no quadro imenso que é a vida e mergulhar de cabeça nessa revolta a tudo que não cabe na nossa compreensão.
Porque o que foge da nossa compreensão é facilmente odiado. Porque falta explicação plausível.
Mas hoje não é dia de procurar explicações.
A revolta que ameaça nos tomar é como uma brisa para o furacão. Não adianta de nada. E essa raiva desgastante, incômoda, que palpita no cérebro, é visível nas têmporas... Essa raiva destroi.
E hoje não é dia para se destruir. Porque muito já foi perdido.
Nas reviravoltas da condição humana, a natureza se contorce, torna tudo mais difícil, mais inatural. A vida que escapa das mãos, como água escorrendo por entre os dedos, e sublima aos céus. Desaparece.
Ah, Deus, que minhas palavras mesquinhas e egoístas cheguem inteiras aí, e que minha fé, inabalável como uma palafita num terremoto, não machuque ainda mais os corações que choram por não entenderem. Eu oro pedindo conforto pra quem precisa.
Porque não importa de onde nosso amor vem. Não importa o remetente divino ao qual dirigimos nossos pedidos e entregamos nossos entes. Nada disso importa, porque o que nos foi tirado é uma alma alimentada com tanto amor, tanto amor, que as fronteiras religiosas, híbridas celebrações dentro de cada um de nós, passam a ser tão pequenas...
Quem sou eu para falar sobre arte para um menino de 11 anos?
E ainda assim, houve um menino de 11 anos que parou para me ouvir falar.
Como família, somos todos um grande pilar, símbolo da humanidade que Cristo nos inspirou a praticar. A família não vai a lugar algum. Estaremos aqui. De longe e de perto, cuidando daqueles que mais precisam nesse momento.
Mesmo que jamais possamos entender.

A vida que se finda só não é maior do que o sentimento que permanece.
Seres muito amados são imortais.



Para meu querido primo, Rafa.

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