segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Verbo 'ser' conjugado na infinita pessoa

O escuro me acolhe. O espaço reduzido me acomoda. A pouca roupa me conforta. Se a baixa temperatura estiver brincando na rua, ainda melhor.
Talvez eu tenha deixado minha vida na estrada. No caminho de ser alguma coisa. A falta de raízes não impede a existência de folhas secas voando, sem explicação alguma. Minha criação sem explicação alguma.
Sou eu, criado por mim. Meu Deus. Eu mesmo. O EU que eu trago aqui, em textos.
Ainda assim, eu necessito complemento. Como um verbo bobo. Uma piada com o português. Mas o vácuo é impreenchível e eu ecoo como uma sinfonia interminável. Para sempre, só eu.
E me possuo confiante: Intraduzível na língua humana e poliglota na língua artística.
Um menino brincando de herói. Abusando dos catalisadores poéticos, que, cá entre nós, você sabe quais são.
Vivendo num cativeiro de celas invisíveis, como todos os seres humanos no mundo de hoje. Com liberdade demais. Criando desenfreadamente. Fazendo arte.
Pff.
E riem de nós...
Como se o caos não fizesse nenhum sentido...
Querida, é o meu caos que vai me transmutar num anjo e congelar minha poesia no tempo e no espaço.
Logo, será eterna.
Sinto, logo, adoeço.
E morro. E crio. 
(Não necessariamente nessa ordem)
E vivo para sempre.

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