sábado, 25 de abril de 2015

Muse

É bom ter um poeta te amando.
Tu não sabes as maravilhas que ele fala de ti.
Tua vida salva um poema, que salva uma noite,
que salva um amor, que conquista a morte.

Mesmo sendo tu tão jovem
De coração realocado, outrora num peito que já bateu
Esvazia. Esvazia. Esvazia.

É bom ter um poeta te amando,
Mesmo que você não o ame de volta.
Tu, sorrindo no canto do corredor, de cabelos soltos caindo no ombro
E palavras brotarão para cantar tua beleza.

E não dê fim a esse subalterno
Nem menosprezes sua desgraça.
Não se ama à toa nem por acaso.
Amor latente que ecoa na presença e na ausência.
E permeia os sonhos noite após noite.
Até que vire poema.

O abraço que não vingou, na mesma página do beijo roubado,
Num semblante curioso que queria apenas provar.
Se assim foi,
Se tu fez um poeta te amar,
Cuidado! Pode ser que tu sejas eternizado.

Hei, menino
conjugue certo esses verbos.
Só diga se o amor for de verdade.
Hei, menino
conjugue verbos mais verdadeiros
Querer não é assim tão passageiro
O futuro do pretérito, tal qual o presente do sujeito,
sendo gerúndio:
"Eu ainda te quero.
Vivo te querendo."