Eu sou eu mesmo, meu eu, e nada pode dizer que não
Exceto se me subjugam face ao desconhecido.
Contudo, permaneço no vazio, ferido e são
Sendo mais que um tumulto, mais que um desiludido.
Sou eu mesmo, criando mistérios coloridos num cartão
Que entrego a vós sem expectativa, nenhum pedido
Sou, mesmo assim, grasnando, um pedido de socorro em vão.
Sou mais que um filho da mágoa, incorrigível e fodido,
Tenho, na extensão do corpo, um resquício de vida,
Uma lembrança de humanidade semeada perdida,
Como numa vala onde cabe qualquer indigente.
Falando assim, transmuto-me num ser delinquente
Que só permite a si mesmo um minuto presente
Antes de me despedir e sumir da minha vida sofrida.
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