Desse meu querer antigo e infantil,
Não sobra muita coisa.
Meu querer pesaroso e autopiedoso
que me custa as moedas que tenho no bolso
Pago o ônibus ou embarco nessa ilusão?
Mesmo escolhendo a estrada
o caminho parece vir de volta
Como se não houvesse linha reta nesse carrossel.
Meu querer fadado e cansado
O mastigar dos dentes que afasta os iluminados.
O ranger da mandíbula que se choca no amargo
Os dias são longos e as noites parecem dias
Meu amor velho e criança
que nada tem de temperança
Se põe a querer como se não soubesse
"Que amar é pão feito em casa"
Mas, pedras não voam, Paulo.
Nem se você a elas desse asas.
Na vigília o silêncio de quem não se prostra
E a chama de quem não sossega.
Joelho que não dobra e nem mão que arrega.
Quietude de quem não sabe apostar.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023
Antigo e infantil
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